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domingo, 17 de junho de 2007

Matéria do Fantástico

Salve e buenas! A Globo não me dá sossego mesmo! Fazer o que? Tenho que divulgar isso... Agora, além de jogadores de RPG serem assassinos ritualísticos, estudantes da USP serem baderneiros, fãs de anime e mangá são alienados! Francamente...

"A história de Clara e Robson
Uma paixão proibida leva um casal de adolescentes a fugir de casa. Em meio aos motivos da fuga, algo chamado "cosplay". O que será esse mundo “cosplay”? Um universo em que jovens vivem como se fossem personagens de um desenho animado ou de um videogame.

Uma paixão proibida leva um casal de adolescentes a fugir de casa. Em meio aos motivos da fuga, algo chamado "cosplay". O que será esse mundo “cosplay”? Um universo em que jovens vivem como se fossem personagens de um desenho animado ou de um videogame.

“Começou como a fuga de dois menores apaixonados”, diz Miguel Bruno de Souza, pai de Clara.

Clara e Robson são dois adolescentes que, como todos os adolescentes, passam horas na frente do computador. De tanto conversar pela internet, descobriram que tinham muita coisa em comum. Uma delas, uma verdadeira obsessão por desenhos animados japoneses. Os dois mergulharam no universo anime.

Anime é o nome dos desenhos animados feitos no Japão, muitos deles inspirados em mangás, os gibis de lá. Quem é fã incorpora a cultura pop japonesa. Às vezes, literalmente. Nesse caso, eles fazem “cosplay”, junção das palavras “costume”, fantasia em inglês, e “play”: brincar.

“A emoção que a gente sente é a seguinte: você assiste um anime e você se afeiçoa àquele personagem, então quando você coloca aquela roupa, você se sente o personagem”, revela uma praticante de cosplay

Embalada por "j-rock", rock japonês, a paixão foi aumentando. Até que um inimigo apareceu. Um obstáculo terrível: os pais da menina proibiram o namoro. Clara tem 14 anos. Robson tem 17 e não estuda. Com o amor ameaçado, os dois foram pra frente do computador montar o plano: fugir de casa.

“Sair de casa é uma das soluções possíveis, ou sair de uma situação de uma maneira geral, para qualquer situação que você esteja vivendo, mas é uma solução radical, que é própria dos jovens. O adolescente opta por essa radicalidade porque tem o pensamento muito mágico, acredita que as coisas possam ser resolvidas com atitudes intempestivas, fortes. Do tipo: ‘Eu saio de casa e resolvo o problema’”, explica a terapeuta de família Cristina Milanez Werner.

No dia marcado, Robson ligou para o celular de Clara e disse: “É agora”. Enquanto o pai tomava banho, ela desceu.

“Eu olhei embaixo da cama em casa. Eu pensei: ‘Ela tá brincando comigo’. Eu liguei para o vizinho, liguei para o amiguinho da rua, procurei, até me dar conta: ‘Pô, desapareceu’”, lembra o pai da adolescente.

“Quando eu cheguei em casa por volta de 17h, eu abri a porta, dei logo falta do computador”, conta a mãe de Robson, Suzana Celestino de Souza.

Primeiro de táxi, depois de ônibus, foram para a casa de um amigo dele. Mas o amigo ficou com medo e eles tiveram que ir embora quatro dias depois.

“Foi terrível” , diz Miguel.

“Passa muita coisa na cabeça da gente, sabe? Que tenha acontecido alguma coisa com a vida deles”, afirma Suzana.

Enfrentaram dificuldades como uma ameaça de assalto. Seguindo o plano, venderam um laptop e a máquina fotográfica. Com o dinheiro, começariam vida nova, longe dos amigos, longe do difícil relacionamento entre pais e filhos.

“Em algum lugar do caminho eu errei. Mas onde?” , questiona a mãe de Robson.

“Reconheço que às vezes eu sou meio seco no carinho, entendeu? Mas a gente quer bem”, diz o pai de Robson, Francisco Assis.

“Uma insatisfação com o pai e com a mãe, com a família, com isso tudo, que é normal em toda criança, né? Reclamava e parecia que era comum a todos os coleguinhas”, revela Miguel.

“Quando um adolescente saiu é porque provavelmente o diálogo não está existindo. Eles vão tendo dificuldades de perceber os pais ainda como pessoas capazes de uma interlocução. Pessoas que possam ser ouvidas e que possam trazer respostas aos seus problemas”, afirma Cristina.

“Eu acho que ela tava sentindo falta, e ele também, de alguém que dissesse pra eles: ‘Olha, não pode andar desse jeito, porque esse jeito que vocês andam é muito provocador, não pode, entendeu?’ Não era para fazer o que a gente fazia. Eu alertava, falava, conversava, mas permitia”, conclui Miguel.

“O problema é que a gente perdeu a hierarquia familiar. É muito importante a gente saber quem está no comando”, explica a terapeuta.

“Um toque grande que eu recebi nessa história toda, eu acho que é esse: ‘Olha, Miguel, você tem que ser um educador; amigo também, mas você esqueceu de ser educador’”, diz Miguel.

A aventura durou nove dias. Sem destino, Robson e Clara acabaram na casa de um conhecido, na periferia do Rio de Janeiro. Foi essa pessoa que contou para os pais de Robson o paradeiro do casal. Quinta-feira à noite, eles estavam na delegacia de polícia prestando depoimento.

“A Clara chegou em casa bem feliz até, né? Em relação a reencontrar uma casa com conforto e carinho, que ela reencontrou”, relata o pai."


Texto retirado daqui. Reportagem em video disponível aqui.

Luzes eternas...vamos precisar!

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