Blog das 7friends4ever Adriana, Andréa, Denise, Gabi, Izabel, Larissa e Paty.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Vídeo da Ocupação - Dois lados

Pai, perdoai! Eles não sabem o que escrevem!

Texto divulgado no blog da Veja. Fonte abaixo.
Acesse aqui o vídeo feito pelos estudantes do Audiovisual, tema do texto.

"Fumacê
Gil deveria aceitar. A música-tema do encontro deveria ser Kaya N'Gan Daya. Imaginem só. Os remelentos e as mafaldinhas ali, e o ministro mandando bala:
Tão bom rever
A tribo, o fumacê
Do Cachimbo da Paz
(e muito mais)

Seria o caso de propor um evento conjunto com o pessoal do Baladaboa, Balada Boa ou Bala da Boa? Não sei. Mas, como gostam de dizer os professores da Fefeléchi que vão lá dar aula de invasão, é tudo uma questão de "paradigma".

O vídeo dos mocinhos é imperdível, embora um pouco longo. Só com muita bala Juquinha para suportar. É, assim, uma mistura de realismo socialista, Augusto Boal e Marilena Chaui. Começa com a cena triunfalista: a colocação de uma faixa anunciando a Reitoria Ocupada. Depois, avança para uma variante do Teatro do Oprimido. Uma Mafaldinha faz o papel da ingênua, embora ela seja traída por seu physique du role (Brecht involuntário. ..). Exerce o papel da ingênua. Questiona os estudantes sobre suas reais convicções e diz que aquilo está parecendo uma favela...

Abrem-se, então, as portas da reitoria. O primeiro objetivo é mostrar que eles são invasores, mas são limpinhos. E tome a cena do caldeirão de comida, da bandeja de alface. Bons meninos! Nada de se descuidar de uma alimentação saudável.

Lembram-se daqueles vagabundos agredindo o professor Elcio Abdalla na Física? Não! Nada disso. Uma mocinha de cabelos curtos, óculos, fala pausada, quase sussurrante, explica pacientemente os motivos da violência comuno-fascistó ide. Ela diz estar em curso um projeto de destruição da escola pública, de que os decretos, os tais, do governo seriam uma evidência. A prova, diz, está na separação entre pesquisa básica e "operacional" , termo, diga-se, eliminado dos textos legais porque não queria mesmo dizer nada. Acontece que ou a invasão se sustenta na mentira ou não se sustenta em nada.

Uma outra mocinha, só vendo e ouvindo, diz que "de dada adianta uba udiversidade ser graduida se dão tem dinheiro bra transborte, cober e borar". Entendi mais ou menos. A universidade é um Bolsa-Tudo. Aí volta a pensadora da linhagem Marilena Chaui: segundo a moça, o governo está "deslegitimando um articulador político". Articulador político? Sim, aquelas pessoas que metem o pé na porta da reitoria e acampam lá dentro. Sua forma de "legitimar" a negociação: ou tudo ou nada!

Volta a oradora da turma: "Dão é um bando de brivilegiados querendo bais brivilégios, bas querendo bais direitos". Como a gente sabe, escola, casa, comida, transporte, tudo de graça, é um direito natural, não é mesmo?

Retoma a pensadora do grupo, citando "o professor István" (suponho que seja István Jancsó), ela diz que, "se não houvesse desobediência civil, ainda estaríamos no Código de Humurabi". Não sei se o preclaro disse tal besteira, mas espero qualquer coisa da Fefeléchi. O raciocínio é uma pérola do anarco-tontismo e, obviamente, iguala democracia e totalitarismo. Nos dois casos, haveria a chamada rebelião positiva. Como o István citado explicaria a "desobediência civil' dos nazistas na República de Weimar? Por que nós precisamos pagar por isso, hein? E eles ainda querem " cobida, transporde, boradia e rouba lavada"...

Aí aparece um rapaz, um daqueles "apolíticos" inventados por Laura Cabriglione, da Folha: "A reitoria ocupada, ela está funcionando de uma maneira bastante diferente de todos os movimentos estudantis dos quais eu já participei". Entendi. Profissional de movimento estudantil.

Mas o fecho de ouro ficou mesmo com a pensadora do grupo. Prestem atenção à transcrição do fim de sua fala: "(...) O fato de não haver cinco ou dez pessoas que respondam por toda a ocupação é visto como um problema principalmente pela estrutura da reitoria e do governo, que (sic) não existe a possibilidade de um acordão com cinco ou dez pessoas. Qualquer tipo de negociação vai ter de se dar no solo de todos os estudantes que estão aqui discutindo a universidade pública. E, se isso não é democracia, nós precisamos então inventar uma (sic) melhor pra isso ".

Já inventaram, minha flor! O comunismo e o fascismo, que desprezam a democracia representativa. Notem bem: o "todos" a que ela se refere são os invasores, os 0,2% da Universidade de São Paulo, não os 99,8% que desejam a normalidade. A sua conclusão não poderia ser mais encantadora: se isso não é democracia, então a democracia não serve; ela quer inventar outra coisa. Sabe o que vai acontecer com essa moça? Anotem aí: será professora da USP.

Será que Gil vai? Não sei. Ele poderia marcar dois shows. Canta Kaya N'Gan Daya para os grevistas do Ministério da Cultura e depois voa para São Paulo, caindo na gandaia dos invasores da reitoria.

Tão bom rever
A tribo, o fumacê
Do Cachimbo da Paz
(e muito mais)

http://veja. abril.com. br/blogs/ reinaldo/"

Só posso desejar luzes... pois para escrever algo como isso, ou a pessoa se vendeu a um preço altíssimo ou é um cego. Para ambos os casos, luzes eternas...

domingo, 17 de junho de 2007

Matéria do Fantástico

Salve e buenas! A Globo não me dá sossego mesmo! Fazer o que? Tenho que divulgar isso... Agora, além de jogadores de RPG serem assassinos ritualísticos, estudantes da USP serem baderneiros, fãs de anime e mangá são alienados! Francamente...

"A história de Clara e Robson
Uma paixão proibida leva um casal de adolescentes a fugir de casa. Em meio aos motivos da fuga, algo chamado "cosplay". O que será esse mundo “cosplay”? Um universo em que jovens vivem como se fossem personagens de um desenho animado ou de um videogame.

Uma paixão proibida leva um casal de adolescentes a fugir de casa. Em meio aos motivos da fuga, algo chamado "cosplay". O que será esse mundo “cosplay”? Um universo em que jovens vivem como se fossem personagens de um desenho animado ou de um videogame.

“Começou como a fuga de dois menores apaixonados”, diz Miguel Bruno de Souza, pai de Clara.

Clara e Robson são dois adolescentes que, como todos os adolescentes, passam horas na frente do computador. De tanto conversar pela internet, descobriram que tinham muita coisa em comum. Uma delas, uma verdadeira obsessão por desenhos animados japoneses. Os dois mergulharam no universo anime.

Anime é o nome dos desenhos animados feitos no Japão, muitos deles inspirados em mangás, os gibis de lá. Quem é fã incorpora a cultura pop japonesa. Às vezes, literalmente. Nesse caso, eles fazem “cosplay”, junção das palavras “costume”, fantasia em inglês, e “play”: brincar.

“A emoção que a gente sente é a seguinte: você assiste um anime e você se afeiçoa àquele personagem, então quando você coloca aquela roupa, você se sente o personagem”, revela uma praticante de cosplay

Embalada por "j-rock", rock japonês, a paixão foi aumentando. Até que um inimigo apareceu. Um obstáculo terrível: os pais da menina proibiram o namoro. Clara tem 14 anos. Robson tem 17 e não estuda. Com o amor ameaçado, os dois foram pra frente do computador montar o plano: fugir de casa.

“Sair de casa é uma das soluções possíveis, ou sair de uma situação de uma maneira geral, para qualquer situação que você esteja vivendo, mas é uma solução radical, que é própria dos jovens. O adolescente opta por essa radicalidade porque tem o pensamento muito mágico, acredita que as coisas possam ser resolvidas com atitudes intempestivas, fortes. Do tipo: ‘Eu saio de casa e resolvo o problema’”, explica a terapeuta de família Cristina Milanez Werner.

No dia marcado, Robson ligou para o celular de Clara e disse: “É agora”. Enquanto o pai tomava banho, ela desceu.

“Eu olhei embaixo da cama em casa. Eu pensei: ‘Ela tá brincando comigo’. Eu liguei para o vizinho, liguei para o amiguinho da rua, procurei, até me dar conta: ‘Pô, desapareceu’”, lembra o pai da adolescente.

“Quando eu cheguei em casa por volta de 17h, eu abri a porta, dei logo falta do computador”, conta a mãe de Robson, Suzana Celestino de Souza.

Primeiro de táxi, depois de ônibus, foram para a casa de um amigo dele. Mas o amigo ficou com medo e eles tiveram que ir embora quatro dias depois.

“Foi terrível” , diz Miguel.

“Passa muita coisa na cabeça da gente, sabe? Que tenha acontecido alguma coisa com a vida deles”, afirma Suzana.

Enfrentaram dificuldades como uma ameaça de assalto. Seguindo o plano, venderam um laptop e a máquina fotográfica. Com o dinheiro, começariam vida nova, longe dos amigos, longe do difícil relacionamento entre pais e filhos.

“Em algum lugar do caminho eu errei. Mas onde?” , questiona a mãe de Robson.

“Reconheço que às vezes eu sou meio seco no carinho, entendeu? Mas a gente quer bem”, diz o pai de Robson, Francisco Assis.

“Uma insatisfação com o pai e com a mãe, com a família, com isso tudo, que é normal em toda criança, né? Reclamava e parecia que era comum a todos os coleguinhas”, revela Miguel.

“Quando um adolescente saiu é porque provavelmente o diálogo não está existindo. Eles vão tendo dificuldades de perceber os pais ainda como pessoas capazes de uma interlocução. Pessoas que possam ser ouvidas e que possam trazer respostas aos seus problemas”, afirma Cristina.

“Eu acho que ela tava sentindo falta, e ele também, de alguém que dissesse pra eles: ‘Olha, não pode andar desse jeito, porque esse jeito que vocês andam é muito provocador, não pode, entendeu?’ Não era para fazer o que a gente fazia. Eu alertava, falava, conversava, mas permitia”, conclui Miguel.

“O problema é que a gente perdeu a hierarquia familiar. É muito importante a gente saber quem está no comando”, explica a terapeuta.

“Um toque grande que eu recebi nessa história toda, eu acho que é esse: ‘Olha, Miguel, você tem que ser um educador; amigo também, mas você esqueceu de ser educador’”, diz Miguel.

A aventura durou nove dias. Sem destino, Robson e Clara acabaram na casa de um conhecido, na periferia do Rio de Janeiro. Foi essa pessoa que contou para os pais de Robson o paradeiro do casal. Quinta-feira à noite, eles estavam na delegacia de polícia prestando depoimento.

“A Clara chegou em casa bem feliz até, né? Em relação a reencontrar uma casa com conforto e carinho, que ela reencontrou”, relata o pai."


Texto retirado daqui. Reportagem em video disponível aqui.

Luzes eternas...vamos precisar!